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Comissão da eutanásia ouve representantes de ONGs

Imagens e depoimentos revelam más condições onde animais eram mantidos
Comissão da eutanásia ouve representantes de ONGs

Fotos: Aline Pereira

Foi realizada na tarde desta terça-feira, 15 de março, mais uma reunião da Comissão Especial de Estudos que busca informações sobre os casos de prática de eutanásia em animais na Coordenadoria de Bem Estar Animal de Ribeirão Preto. Além do  presidente da Comissão, vereador Marcos Papa (REDE) e dos vereadores Jean Corauci (PDT) e Marmita (PR), participaram a convite representantes de entidades do município que atuaram diretamente em parceria com o órgão para relatar os casos vivenciados durante o período.

Natália Camargo é publicitária e faz parte da ONG "Cãopaixão", ela explicou que comparecia semanalmente para fiscalizar as ações do antigo CCZ - Centro de Controle de Zoonoses, e que alguns animais desapareciam de maneira suspeita. "Nós ligávamos cobrando a chefia sobre o sumiço desses animais e eles respondiam apenas que o bicho havia amanhecido morto. Nós percebíamos que havia omissão, não existia tratamento nem cuidado", afirma. Durante o encontro Natalia exibiu através de slides imagens de como era a rotina de trabalho no CCZ. O arquivo da ONG revela condutas passiveis de investigação, com fotos relacionadas ao comportamento dos funcionários, o isolamento em que viviam os animais e as condições do local onde eram mantidos. "Eu não sei se essa situação continua, porque nós fomos expulsos de lá por uma denúncia", conclui a publicitária.

Mariana Simon, do projeto "Meu Herói", acompanha a Coordenadoria de Bem Estar Animal desde 2010, quando ainda era CCZ. Segundo ela, a Coordenadoria não tem programas de guarda responsável ou projetos educativos de castração. "Fora que não há parcerias. A maioria dos CCZs e Coordenadorias hoje em dia não funcionam sem esse tipo de ajuda. É preciso ter estrutura, porque só a atuação dos veterinários não é suficiente", conta. Mariana apresentou também um pouco do trabalho da ONG e revelou indignação sobre a falta de gestão no órgão da prefeitura. "Eu não sei porque a gente consegue trabalhar de maneira voluntária e obter bons resultados, e a prefeitura com uma verba absurda não tem planejamento eficaz", finaliza.

Ao final do encontro o vereador Marcos Papa ressaltou a importância das reuniões da Comissão e a união das forças. "Quanto mais evidências e provas nós tivermos, mais peso terá o relatório final que será enviado ao Ministério Público", enfatiza. As próximas reuniões serão divulgadas pelos canais de comunicação do legislativo. 

Por Marco Aurélio Tarlá